Você sabe o que é Pentest?

Pentest, teste de intrusão ou teste de penetração, é um método utilizado para avaliar a segurança de um sistema ou rede que simula um ataque cibernético para detectar possíveis vulnerabilidades de segurança.

Com o crescimento dos ataques hackers, as empresas precisam implementar métodos que permitam, pelo menos, entender como os cibercriminosos atuam e, com isso, atuar proativamente para evitar prejuízos que vão além dos danos financeiros e impactam também na reputação da organização. 

De acordo com estudo da Cybersecurity Ventures, em 2021, a cada 11 segundos uma organização foi alvo de ransomware. Além disso, dados da KPMG mostram que os riscos de segurança cibernética causarão impacto no crescimento de 18% das empresas até 2024.

Hackers éticos

Para enfrentar ameaças cibernéticas, nada melhor que pensar como um hacker. Essa foi a ideia de muitas organizações ao contratar hackers “do bem” para atuar contra seus companheiros “do mal”. E foi a partir disso que o termo pentest foi introduzido na seara da segurança cibernética, mas há algumas diferenças entre o trabalho realizado pelos hackers éticos e os pentesters. 

O processo de hacking ético envolve localizar as vulnerabilidades em sistemas de informação usando táticas e intenções baseadas em hackers mal-intencionados. Ou seja, um hacker ético pensa da mesma maneira que o hackers “do mal” mas informa sobre as vulnerabilidades encontradas para a área de segurança. 

Entre suas funções estão: 

  • Criar scripts para testar vulnerabilidades 
  • Desenvolver ferramentas de segurança 
  • Realizar avaliações de riscos 
  • Configurar políticas de segurança 
  • Realizar treinamentos de segurança cibernética 

O que é pentest?

O pentest é um exercício de segurança voltado para medir a resiliência de aplicativos e redes. Ele envolve uma equipe de hackers éticos que buscam por vulnerabilidades de segurança que podem ser exploradas para invadir uma rede. Ou seja, o pentest faz parte dos processos de hacking ético e os responsáveis pelos testes agem como cibercriminosos ao tentar invadir uma rede ou aplicativo, mas, no lugar de roubarem dados, alertam a empresa sobre as possíveis vulnerabilidades e também podem oferecer conselhos para corrigir os problemas. 

Então,  o pentest se concentra em sistemas de informação, já o hacking ético tem funções mais amplas em relação à estratégia de segurança cibernética. 

Quem realiza os testes?

O pentest é realizado por engenheiros de segurança especializados que realizam uma combinação de testes manuais e automatizados para detectar vulnerabilidades conhecidas e até mesmo explorar falhas ainda não exploradas por hackers. Dependendo da experiência, os pentesters podem se dedicar a encontrar um determinado tipo de vulnerabilidade ou realizar certos tipos de testes. 

Pentest x Verificação de vulnerabilidades

Apesar de ambos buscarem por vulnerabilidades em sistemas, o pentest e a verificação de vulnerabilidades são diferentes. Normalmente, as ferramentas de verificação de vulnerabilidades buscam escalar rapidamente os testes de segurança, mas não são capazes de analisar com maior detalhamento o código, o que pode ocasionar em ignorar possíveis falhas críticas. Por outro lado, o pentest, por usar técnicas hackers para detectar e aproveitar as vulnerabilidades, consegue detectar mesmo as mais complexas vulnerabilidades. 

Resumindo: uma verificação de vulnerabilidades é um texto automatizado que busca e relata possíveis vulnerabilidades. Já um pentest realiza uma busca prática e detalhada, feita por uma pessoa real, para detectar e explorar vulnerabilidades em um sistema. 

Tipos de testes de penetração

Atualmente, os pentests são aplicados de duas maneiras: o pentest de linha de base e o pentest como serviço (PTaaS) 

  • Pentest de linha de base
    Normalmente é indicado para empresas que precisam realizar uma única verificação de segurança, como:
    – Pequenas empresas que não têm condições de investir em uma cobertura abrangente de segurança
    – Empresas que precisam de uma avaliação de segurança para atender a requisitos de conformidade
    – Empresas que desejam usar a avaliação de segurança como requisito para ajudar na avaliação dos negócios
    – Empresas que, devido ao foco dos negócios, precisam preencher muitos documentos relacionados à segurança cibernética de fornecedores 
  • Pentest como serviço (PTaaS)
    O PTaaS é uma abordagem de segurança mais completa pois faz parte do SDLC. À medida que o código é implementado, ele passa a ser testado contra vulnerabilidades constantemente para garantir sua segurança e, normalmente, os provedores de PTaaS oferecem consultoria, outros testes e acesso a especialistas de segurança.  eO Pentest como serviço é voltado para: 

– Empresas que desejam melhorar o desempenho e o valor entregue ao cliente por meio da segurança
– Empresas que desejam integrar a segurança como parte do DevOps
– Empresas que querem simplificar processos de segurança 

Estágios do pentest

Um pentest eficaz conta com sete etapas: 

  1. Reconhecimento
    Durante este estágio, empresa contratante e provedor do teste de penetração se reúnem para tratar das necessidades da empresa e como o pentest pode ajudar os negócios. Ou seja, garante que todos os envolvidos saibam o que deve ser feito e no momento correto, por exemplo, o ambiente de testes já deve estar pronto durante essa fase. 
  2. Modelagem de ameaças e criação de um plano de segurança
    A modelagem de ameaças é essencial para identificar possíveis vulnerabilidades e detectar outros riscos de segurança cibernética. O melhor conhecimento sobre esses riscos permite a criação de um plano de segurança preparado para evitá-los. 
  3. Desenvolvimento de scripts
    Por meio de scripts automatizados e personalizados, o pentest começa a avaliar profundamente o aplicativo e a rede em busca de vulnerabilidades. 
  4. Identificação de vulnerabilidades de dia zero
    Vulnerabilidades de dia zero são aquelas vulnerabilidades ainda não identificadas pelos fabricantes, mas que podem ser utilizadas por hackers para ter acesso aos sistemas. O pentest permite identificar essas vulnerabilidades e alertar a equipe de desenvolvimento para corrigir a falha rapidamente. 
  5. Exploração e escalação
    Vulnerabilidades menos graves são exploradas e escaladas o máximo possível sem que seja necessário interromper o uso de aplicativos ou causar algum dano. Para isso, ambientes de testes são criados para explorar as brechas de segurança. 
  6. Limpeza e relatórios
    Com os testes finalizados, os problemas encontrados, não importando sua gravidade, são descritos de forma que possam ser replicados para que a equipe de desenvolvimento possa eliminá-los. 
  7. Reteste e certificação
    Com a entrega do relatório, a equipe de desenvolvimento pode corrigir as vulnerabilidades encontradas e solicitar ao provedor de pentest que reteste a solução para certificar que as vulnerabilidades foram corrigidas corretamente. 

Erros comuns em testes de penetração

Como acontece em qualquer processo, erros podem acontecer, e conhecê-los contribui para evitar problemas. 

Falhas de planejamento

Planejamento é essencial para realizar um pentest de maneira eficaz. Sem um plano abrangente, é possível perder detalhes importantes que levam a vulnerabilidades, o que resulta em perda de tempo e dinheiro, além de aumentar os riscos de ciberataques. 

Benefícios do pentest

Reduzidos os erros, os benefícios de realizar um pentest ficam claros e vão desde atender normas de compliance até evitar ataques cibernéticos. 

Compliance

Pentests contribuem para que as empresas atendam mais facilmente a normas de conformidade e leis de segurança e privacidade, como a LGPD, GDPR e PCI DSS, entre muitas outras. 

Prevenção de ciberataques

Um dos focos dos testes de penetração é detectar vulnerabilidades para prevenir ciberataques, eliminando possíveis brechas antes que hackers as explorem. 

Redução de incidentes de segurança

O pentest também ajuda a empresa a melhorar sua estratégia de segurança cibernética e torná-la mais resiliente, além de reduzir os custos causados por uma invasão bem-sucedida. 

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