No jogo lançado originalmente em 2008 assumíamos o papel do major Laurence “Prophet” Barnes, membro de um grupo militar de elite que é enviado a uma remota ilha para investigar uma invasão feita pelos norte-coreanos. Ao chegar lá rapidamente ficará claro que o exército inimigo não está sozinho, com uma perigosa raça alienígena dizimando tudo o que encontra pela frente.
A sorte de Prophet é que ele contará com o auxílio da Nanosuit, uma espécie de armadura ultramoderna que dá ao usuário um substancial acréscimo de força, velocidade, defesa e até mesmo a capacidade de se camuflar no cenário.
Tudo isso será a desculpa para explorarmos uma enorme ilha (no primeiro jogo) e passarmos por situações repletas de ação. Estar no controle de um personagem com habilidades sobre-humanas é um prato cheio para um jogo do gênero e a desenvolvedora alemã conseguiu explorar brilhantemente essa oportunidade nas três aventuras.
Mais bonitos do que nunca
Como o Crysis Remastered Trilogy mantêm a jogabilidade das versões originais, a maior curiosidade era em saber como os jogos se comportavam visualmente nos consoles mais modernos (PlayStation 5) e de forma resumida, posso dizer que ele não decepciona.
Trazendo recursos gráficos como tesselação, efeitos de partículas e até mesmo ray tracing, os três jogos receberam melhorias significativas, com as texturas contando com mais nitidez e os efeitos de iluminação deixando os cenários muito bonitos.
Isso fica mais claro nos dois últimos capítulos, onde as sombras e efeitos climáticos são bem mais avançados do que aqueles visto no primeiro Crysis. Mesmo assim, andar pelas florestas daquele jogo e ver a luz do sol contornando as folhas das árvores continua sendo uma experiência muito bacana.
Infelizmente o mesmo não pode ser dito das cenas não-interativas e das animações faciais dos personagens, já que em ambos os casos é possível notar o quanto a idade dos jogos está pesando. No entanto, não acho que chegue a ser algo que estrague a imersão, eles apenas destoam um pouco do resto.
Com o Crysis podendo chegar a uma resolução 4K e 60 frames por segundo, conseguimos notar algumas quedas na taxa de atualização apenas quando muita coisa estava acontecendo na tela. O problema diminui quando estivermos no modo performance, mas obviamente assim a qualidade visual será sacrificada.
Uma constante evolução
Esta trilogia é uma ótima oportunidade para percebermos o quanto a série evoluiu de um capítulo para o outro em termos de jogabilidade e design. Enquanto no primeiro tudo parecia um tanto simples, suas continuações implementaram diversas melhorias e fizeram com que aquilo que era bom se tornasse ainda melhor.
Alguns poderão estranhar as mudanças feitas do primeiro para o segundo jogo, mas considero que o estilo mais roteirizado foi benéfico, principalmente por garantir muito mais momentos de tensão.
Já no terceiro o destaque vai para a inteligência artificial dos inimigos, que finalmente deixaram de notar tão facilmente a nossa presença, o que por sua vez tornou a campanha mais agradável (e menos punitiva) de ser jogada.
Porém, é inegável que a maior parte da diversão proporcionada pelo Crysis Remastered Trilogy está na utilização da nanosuit e por isso será fundamental conseguirmos dominá-la. Felizmente o traje teve suas funções muito bem mapeadas no controle dos consoles e embora demore um pouco para nos adaptarmos a tantos power-ups, a partir do momento em que eles se tornarem instintivos, todos os tiroteios se mostrarão muito mais emocionantes.